O Pré-sal nas Bacias de Campos e Santos: como tudo começou
Sinopse
O relato técnico da descoberta da Província Petrolífera Brasileira do Pré-sal, uma das maiores descobertas em águas ultraprofundas da história mundial, é o objetivo deste capítulo. Com ele, será possível revisitar o longo percurso dessa história, da qual a Petrobras foi a empresa precursora e líder no planejamento estratégico e execução das atividades exploratórias. Uma história que culminou em sucesso, mas enfrentou riscos e desafios desconhecidos à época. Seu início remonta às décadas de 1980 e 1990, quando, mesmo sobre a influência dos sucessos no Pós-sal da Bacia de Campos, a Petrobras identificou como prioridade a reposição de suas reservas mediante a descoberta de novas acumulações econômicas de petróleo. Assim, em meados da década de 90, a gerência de exploração conduziu uma avaliação de novas fronteiras exploratórias em águas profundas e ultraprofundas nas bacias de Santos e Campos. Em 2000, a Petrobras adquiriu, na condição de operadora e em associação com diferentes companhias internacionais, quatro blocos de águas ultraprofundas na Bacia de Santos, em leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Entre 2001 e 2003, um único levantamento sísmico 3D foi realizado para esses quatro blocos, configurando, à época, a maior cobertura mundial deste tipo. Entre 2005 e 2006, foram perfurados os dois primeiros poços pioneiros visando a investigação do potencial petrolífero da seção Pré-sal da Bacia de Santos: 1-RJS-617D (prospecto Parati) e 1-RJS-628 (prospecto Tupi). Quatro anos mais tarde, em 2010, foi declarada, em tempo recorde, a comercialidade do campo de Tupi, com um volume in place de 19,4 bilhões de barris de óleo e 24,5 TCF (ANP, 2021). Este e outros consecutivos sucessos consagraram o play Pré-sal das bacias de Santos e Campos como um dos mais prolíficos e de melhor potencial dentre as fronteiras exploratórias de sua época.