Evolução tectônica da margem rifteada sudeste do Brasil – Do Gondwana ao Atlântico Sul

Autores

Peter Szatmari; Adriano Roessler Viana, Petrobras; Marco Antônio Thoaldo Romeiro, Petrobras; Caesar Augusto Rigoti, Petrobras; Mario Neto Cavalcanti de Araújo, Petrobras

Sinopse

A descoberta da província petrolífera Pré-sal, na Margem Sudeste do Brasil, motivou a discussão de conceitos e teorias até então não utilizados na margem brasileira. A integração de informações geológicas e geofísicas – obtidas por meio de interações com pesquisadores nacionais, internacionais, programas de formação de pessoal e projetos de pesquisa internos –, levou a Petrobras a aplicar esses conceitos na investigação da evolução tectônica das bacias brasileiras em busca de sucesso exploratório. A história da evolução geológica da Margem Sudeste do Brasil é descrita como parte integrante do Ciclo de Wilson. Uma parte que se encerra com a consolidação do paleocontinente Gondwana no Eopermiano-Mesotriássico (330-240 Ma) e outra parte que se inicia no Jurássico, por volta de 180 Ma, com a colocação da Pluma do Karoo, localizado no centro-sul do Gondwana. Esse evento é seguido pelo enfraquecimento e localização do eixo de abertura de sistemas riftes ao longo da trama neoproterozoica, impressa nos cinturões de dobramento que constituem o embasamento da margem rifteada. No sudeste brasileiro, o rifteamento é implantado no Cretáceo Inferior (135 Ma) com a inserção da Pluma de Tristão da Cunha. As relações entre estrutura crustal, elementos tectônicos e sedimentares descritos neste trabalho, representados pelo perfil de afinamento, preenchimento sedimentar e a expressão sísmica dos corpos magmáticos, são diferentes quando comparamos as bacias do Espírito Santo, Campos, Santos e Pelotas. A Bacia de Pelotas apresenta carac terísticas típicas de margens ricas em magma, sendo marcante a ocorrência de espessuras significativas de SDRs. A norte, adentrando a Bacia de Santos e seguindo para as bacias de Campos e Espírito Santo, com a ocorrência de corpos magmáticos extrusivos e/ou intercalados na sequência rifte, é menos frequente. Nessas bacias, as características tectônicas nos levam a classificar tais domínios como margens rifteadas normais; ou seja, os espaços de acomodação são preenchidos por sequências sedimentares sin-rifte (com idades que marcam desde o início do rifteamento Eo-Neobarremiano) até o Eoaptiano-Eoalbiano (123-112 Ma). Na última fase é incluída a formação da gigante bacia salífera do Atlântico Sul Central. A ruptura crustal (breakup) teria ocorrido por volta de 110 Ma. Na Bacia de Pelotas sucessivas cunhas de extravasamento de magma reproduzem a mesma cronologia de preenchimentos nas sequências de SDRs; isso denota que durante o rifteamento a deformação migra para leste em direção ao futuro eixo de expansão do assoalho oceânico. A integração das informações registradas ilustra o entendimento sobre os processos tectônicos e sedimentares atuantes durante a evolução da Margem Sudeste brasileira. Além de fornecer uma evolução tectonossedimentar coerente para as bacias do sudeste, a visão aqui compartilhada contribui para o entendimento da evolução tardia do rifteamento da margem que descreve os domínios distais transicionais. Do ponto de vista exploratório, este trabalho adiciona critérios tectônicos robustos, que se somam aos trabalhos da exploração e da análise de bacias para fomentar as discussões dos potenciais sistemas petrolíferos atuantes nos diversos setores das margens rifteadas do domínio do Oceano Atlântico.

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20/05/2024

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