Os gigantes, o risco geológico e o processo de delimitação na Bacia de Santos
Sinopse
O Pré-sal da Bacia de Santos é uma prolífica província petrolífera reconhecida mundialmente. Neste capítulo, apresentaremos uma viagem ao longo dos anos, desde os primeiros poços perfurados até a superação de vários desafios e a delimitação de campos gigantes e supergigantes que coroaram a estratégia exploratória da Petrobras. Os leitores conhecerão como o novo play foi inicialmente abordado através da perspectiva de geólogos, geofísicos e engenheiros que, na época, o avaliaram. Desta maneira, as descobertas e delimitações do Pré-sal foram divididas em três fases. A primeira fase foi de grande entusiasmo devido às primeiras descobertas dos poços 1-RJS-617D (Parati) e 1-RJS-628A (Tupi), que confirmaram o sistema petrolífero em águas ultra profundas da Bacia de Santos. Tupi viria a ser o primeiro campo supergigante do Pré-sal brasileiro, com um volume da ordem de 20 bilhões de barris de óleo in place (ANP, 2021). A segunda fase exploratória é caracterizada pela confirmação da continuidade das estruturas e reservatórios do Pré-sal, através das descobertas, entre outras, de Carioca, Guará e Carcará. Contudo, também foi repleta de resultados bastante desafiadores; o poço 1-RJS- -652A (Júpiter), por exemplo, amostrou um fluido com um conteúdo de CO2 muito alto, apesar de excelentes fácies reservatório; em outra estrutura, o poço 1-RJS-656 (Iara) apresentou uma descoberta com volume significativo de óleo leve, mas em um reservatório complexo, com baixa permeabilidade e produtividade. A terceira fase é marcada pelos novos regimes de Cessão Onerosa e Partilha de Produção para o Pré-sal. Nessa fase a Petrobras desempenhou um importantíssimo papel na exploração e desenvolvimento das áreas cedidas pela União, como por exemplo nos campos de Búzios e Sépia, que incorporaram respectivamente 29 e 5,3 bilhões de barris de óleo in place as descobertas brasileiras (ANP,2021). Em suma, o Pré-sal da Bacia de Santos engloba hoje reservas substanciais, que permitem a produção resiliente de petróleo e gás de alta qualidade.